Saúde. Dois grandes grupos de medicina diagnóstica do País mudaram a apresentação dos resultados para facilitar a compreensão e a participação do público no tratamento; a tendência é a resposta à proliferação de informações de saúde de baixa qualidade na internet
Os relatórios médicos apresentados, hologramas, aplicativos personalizados e as impressões tridimensionais são algumas das ferramentas adotadas pelos hospitais e laboratórios com o objetivo de envolver o paciente no cuidado de sua saúde. A tendência é uma resposta a um movimento irreversível da era digital: a informação médica não estão restritas aos livros de Medicina. Com acesso fácil à internet, quase toda a população pode, em poucos segundos, encontrar dados sobre uma doença ou de um resultado de exame. Mas nem sempre a informação é de qualidade.
Os dois maiores grupos de medicina diagnóstica do País passaram a investir em modos de fazer e os resultados dos exames sejam mais acessíveis. No último mês, o Grupo Dasa, dono de marcas como Delboni, Lavoisier e Alta, começou a experimentar uma nova forma de apresentar os resultados. O novo laudo traz os índices em diferentes cores de acordo com os níveis esperados para o exame.
Se o resultado for normal, o índice está em verde. Se a taxa é alterada, aparece na cor laranja, por exemplo (ver quadro abaixo). A apresentação das páginas de resultado também está passando por mudanças, com os resultados suspeitos apresentados em primeiro lugar.
“O problema não é o paciente ter informação é ter informação errada. Se nos colocamos contrários a essa tendência, o paciente vai no Google, onde é possível encontrar dados incorretos. Portanto, chegamos à conclusão de que é parte de nosso trabalho é facilitar o acesso e a interpretação dos dados”, diz Emerson Gasparetto, vice-presidente médico da Dasa. O novo relatório estará disponível para os pacientes do Delboni, e, depois de testado, deve ser adotado em todas as marcas da empresa, até o final do ano.
Sobre o risco de que o paciente ver o exame e não procurar um médico, ele diz que um laudo mais claro aumenta a consciência de quem fez o exame. “O paciente já pode tirar conclusões com base em valores de referência, e isso pode ser pior quando não entende bem os resultados. Para mitigar os riscos, ressaltamos os pés de página de todos laudo a necessidade de interpretação por um especialista e de consultas médicas periódicas.”
O Grupo Fleury também trabalha na elaboração de novos relatórios, que devem estar no mercado em cerca de dois meses. “Teremos o desenho de um corpo humano, com a indicação dos órgãos afetados por cada índice alterado. Por exemplo, se há alterações de colesterol, vamos indicar os riscos ao coração e a outros sistemas afetados”, afirma Claudio Prado, diretor de Operações do Grupo Fleury.
As duas empresas já investem também em tecnologia de impressão 3D para tornar mais fácil a compreensão do paciente e o trabalho do médico. No Fleury, imagens em 3D de exames como a ressonância magnética podem ser impressas, produzindo um molde de órgãos, o que facilita o planejamento de uma cirurgia ou explicar o tratamento ao paciente.
Na Dasa, a mesma tecnologia que é utilizada na marca Alta, para imprimir os moldes em tamanho real dos fetos de mulheres grávidas com deficiência visual (mais informações nesta página). De acordo com Gasparetto, no segundo semestre, a empresa deve oferecer também imagens em holograma de órgãos para facilitar a comunicação entre o médico e o cliente.
Para a professora Terezinha Alves de Lima, de 49 anos, mudanças na forma em que os exames são apresentados ajudam a diminuir a ansiedade. “Cada vez que eu abro os exames depois que eles estão prontos e costumam estar tensa até o dia da consulta, porque nem sempre entendo o que diz o laudo”, conta.
App. Outra ferramenta adotada no setor são aplicativos que coletam dados sobre os exames e as condições de saúde do paciente. O Hospital Israelita Albert Einstein é um dos que oferece, a partir de 2016, a plataforma do tipo.
Em princípio, a aplicação era uma carteira de vacinação em linha. “Este serviço tem evoluído para a aplicação de Meu Einstein, que reúne todos os exames e permite que o paciente compartilhá-los com o seu médico ou qualquer outra pessoa”, conta Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. Estudo com usuários da app tem mostrado que, quanto mais informações que o paciente tem, mais participa dos cuidados de saúde necessários.
Outra empresa que deseja promover hábitos mais saudáveis com a ajuda de aparelhos tecnológicos
é a Sharecare Brasil, que presta serviços de gestão de saúde as operadoras de planos. A plataforma Sharecare reúne dados de exames, mas também de peso, a altura e o sonho (monitorados com a ajuda de dispositivos como relógios e pulseiras), para diagnosticar o estado de saúde de cada usuário e dar dicas de como melhorar a sua condição.
A plataforma também identifica o nível de stress e emoção em cada chamada que o usuário faz com o celular e calcula a idade real do organismo da pessoa de acordo com seus hábitos de vida.
Fonte: O Estado de S. Paulo
Fonte: panoramafarmaceutico.com.br/2018/07/10/laboratorio-usa-ilustracao-e-3d-para-tornar-exame-mais-acessivel-a-paciente
Fonte: imadegeladeira.com/o-laboratorio-usa-a-ilustracao-e-3d-para-fazer-exame-mais-acessivel-a-paciente-panorama-farmaceutico